Bueiros inteligentes podem ajudar a conter dano de chuva

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Um projeto de lei sobre bueiros inteligentes, equipados com sensores que apontam a necessidade de manutenção desses dispositivos, pode ajudar a minimizar os estragos causados pela chuva na capital paulista.
Já aprovado na Câmara Municipal, o projeto de autoria do vereador Jair Tatto (PT) segue agora para sanção do prefeito João Doria (PSDB). A tecnologia já passou por um teste em um projeto piloto de uma das empresas de limpeza urbana que atuam na cidade.
Na madrugada do último domingo choveu o equivalente a 115 mm e o volume em janeiro já soma 271,2 mm, o maior para o mês desde 1949, quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou 261 mm. Segundo o meteorologista Ernesto Alvim, do Inmet, a previsão é de mais chuvas para o mês, o que coloca cidades da Grande São Paulo já atingidas, como Francisco Morato, em estado de alerta.
Segundo o vereador Jair Tatto, a intenção é que os bueiros inteligentes sejam implantados em toda a cidade para ajudar na prevenção dos problemas causados pelas chuvas e enchentes. “Esperamos que a iniciativa ajude a aliviar os pontos críticos e a evitar a proliferação de doenças, insetos e roedores”, diz.
O médico infectologista Ralcyon Teixeira, supervisor do Pronto Socorro do Hospital Emílio Ribas, alerta para os riscos de doenças infecciosas como leptospirose, hepatite A e febre tifoide para pessoas que entram em contato com água de enchentes. Segundo o médico, no período chuvas ocorre um aumento nos hospitais e postos de saúde com os sintomas dessas doenças.
Para Tatto, a medida pode ajudar a poupar recursos públicos. “Quando sancionada, a medida vai possibilitar um uso mais eficiente dos recursos, que poderão ser aplicados em outras ações.”
No ano passado, a empresa de limpeza urbana Inova implantou sensores em 110 bueiros em pontos estratégicos na parte noroeste da cidade, área que está sua responsabilidade.
Os pontos com melhor resultado são de Santana (Av. Zaki Narchi x Rua Urupiara), Mooca (Av. Alcântara Machado x Av. Álvaro Ramos), Sé (Av. 23 de Maio x Praça da Bandeira e Rua Teixeira Leite x Rua São Paulo) e Lapa (Praça Luiz Carlos Mesquita e Av. Francisco Matarazzo x Av. Pompeia).
De acordo com a concessionária de limpeza urbana, esses pontos tinham cerca de 10 a 13 alagamentos no verão, mas agora a média caiu para apenas dois. Segundo a prefeitura de São Paulo, a cidade tem 287 pontos de alagamento, 167 deles no noroeste.
Para a Inova, os equipamentos têm apresentado benefícios para a população e para a Prefeitura, com a redução de 33% no tempo de limpeza dos bueiros. A limpeza tradicional demora em média 17 horas, mas, nos que têm a tecnologia, o tempo cai a 6 horas.
Segundo a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), a cidade tem cerca de 400 mil bueiros, e redução no tempo é fundamental para uma gestão eficiente.
Fonte: reportagem publicada pelo jornal DCI (17jan.2017)
Retificação: Diferente do que foi publicado na reportagem, o projeto foi aprovado em primeira votação no mês de dezembro e antes de ir à sanção do prefeito deve passar por nova deliberação no plenário da Câmara.

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